quinta-feira, 25 de julho de 2013

Ibama: falta de qualidade dos projetos atrasa licenciamento ambiental
Demanda cresce com elevação do nível de investimento

Sob fortes críticas de parlamentares, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Volney Zanardi Junior, explicou hoje (12) no Senado como funciona o processo de licenciamento ambiental de obras de infraestrutura do país e apontou justificativas para o atraso do órgão nas emissões de autorização dessas obras. Ele atribuiu parte da demora à falta de qualidade dos projetos apresentados ao órgão.

“Muitas questões poderiam ser trabalhadas antes de chegar ao processo de licenciamento. Lidamos frequentemente com uma série de problemas e conflitos em relação a políticas públicas que são definidas para a região. Essas políticas muitas vezes não têm uma relação direta com o empreendimento, mas são incorporadas ao licenciamento”, criticou. “O licenciamento ambiental não foi feito para definir planejamento territorial e implantação de políticas públicas”, completou.

Durante a audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado, Zanardi disse que, como o nível de investimentos do país em obras estruturais é crescente, a demanda por licenças que viabilizam esses investimentos também vem aumentando. Segundo ele, em 2012, o Ibama realizou quase 70 audiências públicas com a participação de mais de 20 mil pessoas, como parte desses processos de licenciamento.

Como o interesse dos senadores era a situação de obras executadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Zanardy destacou que o Ibama trabalha hoje com quase 2 mil processos de licenciamento. Apenas as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) respondem por 17% dessa carteira, e esse bloco concentra pelo menos 590 projetos de rodovias.

Zanardi lembrou que o trabalho do Ibama precisa seguir as diversas legislações ambientais, como a Lei da Mata Atlântica, que exige estudos de impacto ambiental quando um empreendimento ameaça remanescentes do bioma. Ainda assim, ele destacou mudanças em portarias que deram mais agilidade ao processo.

O presidente do Ibama disse que muitos problemas acabam surgindo por uma série de hábitos e regras polêmicas adotadas hoje, como as que definem que as licenças concedidas pelos órgãos estaduais e municipais que foram suspensas devem ser retomadas pelo instituto federal. “O Ibama é levado a assumir o licenciamento e tem que recomeçar, muitas vezes, do zero, e a responsabilidade [pela demora] recai sobre ele”, explicou, destacando que, nos últimos três anos, nenhuma licença concedida pelo órgão federal foi sustada.

Ainda assim, o senador José Pimentel (PT-CE), que pediu a convocação de Zanardi, alertou para o número crescente de ajuizamentos do Ministério Público contra o Ibama. Os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Acir Gurgacz (PDT-RO) criticaram a demora no licenciamento de várias rodovias e questionaram a morosidade inclusive em projetos que já existiam e estava passando por reformas ou melhorias.

Raupp destacou o processo da rodovia BR-319, com trechos no Amazonas e em Rondônia. “Já se passaram seis anos para se concluir um licenciamento ambiental. Estamos tratando de um estado que preserva 98% de suas florestas. Não vamos dizer que o traçado [da rodovia] que já existia vai impactar tanto a ponto de comprometer os 98% preservados”, disse.

O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu um tratamento diferenciado para as obras estratégicas. “Se o Ibama tem estrutura e condições precárias, pelo menos temos que separar as obras estratégicas para o país, que se não andarem rápido podem provocar problemas sociais ou prejudicar a competitividade do Brasil”, disse ele.

Da Agência Brasil
Eletrônicos tem 120 dias para apresentar proposta de reciclagem
Medida se insere na Política Nacional de Resíduos Sólidos

O descarte de baterias é um dos maiores problemas da indústria
(crédito: Divulgação)
Com o intuito de viabilizar um sistema de coleta e destinação adequada de produtos eletroeletrônicos e seus componentes, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou, na terça-feira (19), edital para apresentação de propostas para implantação de reciclagem ou reutilização de eletroeletrônicos por parte do setor produtivo.

O edital prevê um prazo de 120 dias para que fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes apresentem propostas e estabelece critérios mínimos para o acordo, tais como localização e quantidade de pontos de coleta, e a incumbência de cada setor no ciclo de vida do produto, tendo em vista a responsabilidade compartilhada prevista na legislação.

Além de reduzir os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, a destinação adequada de resíduos sólidos também pode ser importante geradora de renda. Segundo estimativa do MMA, o Brasil joga no lixo, a cada ano, cerca de R$ 10 bilhões por falta de reciclagem ou reutilização de resíduos sólidos que poderiam voltar à indústria.

Preservação do meio ambiente

De acordo com a analista ambiental da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do MMA, Sabrina Andrade, a implantação do sistema de logística reversa de eletroeletrônicos trará grandes benefícios para a sociedade. “Este tipo de resíduo, por conter elementos tóxicos como metais pesados em sua composição, representa um risco à saúde pública e ao meio ambiente ao ser descartado de forma indevida”, afirma.

O primeiro acordo setorial do tipo foi para as embalagens plásticas de óleos lubrificantes, assinado entre governo e setor produtivo em dezembro de 2012. Também estão em análise e aguardam aprovação do Comitê Orientador (Cori) os acordos setoriais com as indústrias de lâmpadas fluorescentes e de embalagens em geral.

Política Nacional de Resíduos Sólidos

Pela Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento e reciclagem, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. A Lei prevê ainda a responsabilidade compartilhada do poder público e do setor produtivo sobre o manejo destes resíduos.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos também cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal, metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Do Portal Brasil
Das fundações de uma casa do século XIX, emerge algo totalmente novo
A nova casa, no meio oeste americano, esbanja luz com seus espaços abertos

Sobre as fundações de uma casa do século XIX, uma habitação moderna e com muita luz
(crédito: Divulgação)

Quando decidiram mudar-se da arena política que é Washington, D.C., Sherry e Ed Hall voltaram seu olhar para o meio-oeste. O casal comprou uma casa à beira do lago construída na década de 1880, em um antigo porto em Duluth, Minnesota.
A casa necessitava de uma ampla reforma: para refazer sua estrutura, maximizar a exposição à luz natural e às vistas do lago, além de incorporar barreiras flexíveis entre o lado de dentro e o de fora. Atraídos pelo escritório de seu vizinho David Salmela, que havia construído quatro pacotes modernistas que se espalham pela beira, o casal pediu ao arquiteto que re-imaginasse sua casa.
Construir sobre as rochas seria insustentável
Uma vez que construir sobre as rochas seria invasivo e não-sustentável, o escritório decidiu aproveitar elementos já existentes, como as fundações, paredes externas e escadas (pintadas de branco por Salmela) na nova estrutura térrea de 225 m². Os arquitetos também fizeram uma adição, que abriga uma área de estar reconstruída, em cima de colunas de alvenaria. A casa toda é revestida com painéis da Richlite, o que colabora com sua atmosfera descontraída.
Resolvendo o problema da falta de iluminação natural da estrutura original, o escritório procurou criar múltiplos pontos de acesso para a área externa. Claraboias Velux, por exemplo, vazam o telhado plano, aumentando a incidência de luz natural. No piso principal, amplos painéis de vidros eficientes da H Window proporcionam estonteantes vistas do Lago Superior, e portas de vidro abrem para deques de cedro, incluindo uma área de jantar com vista para o lago.
O porão, previamente sem uso, foi isolado e serve como um amplo espaço de armazenamento, além de possuir uma abertura que revela a pedra original do local.
Sem mudar a paisagem natural ou a planta original, Salmela Architect construiu outra casa modernista nas beiras do Lago Superior.
 As fachadas envidraçadas oferecem privilegiadas vistas do lago
Amplos e iluminados espaços convidam à convivência



O projeto vencedor do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz

Novas instalações estarão em operação até março de 2015
Plano geral do projeto
(crédito: Divulgação Petinelli)

Uma equipe de profissionais de Curitiba, liderados pelo arquiteto Fábio Henrique Faria, do Estúdio 41, venceu o Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz. Além da contratação, a equipe recebeu um prêmio de R$ 100 mil. O lançamento da pedra fundamental da estação está previsto para o próximo verão antártico. De acordo com o planejamento da Marinha Brasileira, responsável pela base, as novas instalações estarão em operação até março de 2015. O projeto vencedor contou, também, com a consultoria em sustentabildade da Petinelli Inc.
Com uma área total em torno de 3,2 mil m², a estação será reconstruída no mesmo local onde estava a anterior, destruída em um incêndio em fevereiro de 2012. Com um investimento na ordem de R$ 72 milhões, ela poderá acomodar até 64 pessoas durante o verão e 34 no inverno. A estação abrigará uma população formada por militares da Marinha e pesquisadores. Os civis, de maneira geral, permanecem em pesquisas por períodos de 30 dias, durante o verão antártico, que vai de novembro a março. Já os militares ficam na estação durante um ano para apoiar o desenvolvimento das atividades de pesquisa, prover a manutenção das instalações e manter, permanentemente, a presença brasileira no continente.

Estação será construída no mesmo local onde funcionava a anterior, destruída por um incêndio
(Divulgação: Petinelli)
Sistemas  e Instalações
A demanda de energia estimada,  levando em conta as estratégias e materiais isolantes adotados pela proposta, é de aproximadamente 300kW. A maior parcela desta demanda parte dos sistemas de calefação e aquecimento de água de consumo.
Para a calefação está previsto um sistema radiante, com radiadores instalados em cada ambiente interno. Os radiadores são associados individualmente a sensores de presença e termostatos que, por sua vez, enviam informações ao sistema de automação.
O sistema de radiadores foi escolhido em detrimento do sistema de aquecimento por piso radiante pelo fato de apresentar algumas vantagens relevantes para o projeto. Dentre as vantagens estão o menor custo de aquisição, instalação mais simples, menor custo de operação, devido a sua rápida resposta à demanda - os ambientes desocupados podem permanecer a temperaturas inferiores, sendo capazes de atingir a temperatura de ocupação rapidamente -, e ainda permite de forma mais simples a setorização do sistema por ambiente (caso um radiador não esteja funcionando, ele pode ser desligado de forma independente do resto do sistema). Na Antártica, onde a reposição de peças é dificultada, é fundamental ter sistemas de simples operação e manutenção.
Para o sistema de aquecimento de água de consumo, o circuito da caldeira poderá ser complementado por um sistema de termoacumulação interno ao edifício. Adicionalmente, há previsão de recuperação de calor nos geradores, incineradores e junto à rede de coleta de água quente dos chuveiros e torneiras.
Radiadores revelaram-se a melhor opção para o aquecimento
(Divulgação: Petinelli)
Estratégias para conforto ambiental
O centro das estratégias de conforto ambiental foi o desenvolvimento da envoltória, visando limitar a perda de calor ao mínimo possível.
Um ponto relevante do projeto foi a definição do perfil de temperatura desejado para cada ambiente da estação. Com esta definição, o programa de necessidades foi também agrupado segundo três fatores:
  1. ambientes com perfil de temperatura similar;
  2. padrão de ocupação dos ambientes ao longo do dia;
  3. sazonalidade de ocupação dos espaços da estação (diferença entre o verão e o restante do ano).
A partir dessas premissas, foram realizadas duas séries de simulações empregando o software EnergyPlus: uma para análise da envoltória, e outra para análise do sistema de calefação.
Para a série de simulações da envoltória foram analisadas diferentes espessuras de placas a base de Poliisocianurato (PIR). Nessa série de simulações foi identificada a espessura ótima de 25cm para esse componente da envoltória. Como pode ser visto no gráfico, o incrementos dessa espessura a partir de 250mm tem baixa influência sobre a transmitância térmica da parede.
Para a série de simulações do sistema de calefação, o objetivo foi avaliar a redução do consumo de energia desse sistema quando utilizados diferentes setpoints para cada ambiente, comparado ao emprego de um setpoint único para toda a estação.  A intenção da equipe de projeto foi ilustrar como a operação do sistema pode ser tão determinante, se não mais, que a eficiência do sistema em si.  Ao reduzir a temperatura de ambientes como corredores, cozinha, áreas de manutenção e estoque, foi possivel reduzir o consumo de energia pelo sistema de calefação.
Para essa avaliação foi utilizado um modelo da EACF provido de sistema de calefação por aquecimento ativo com placas convectivas radiantes acionadas por resistências elétricas. A redução de consumo do sistema foi comparada a um sistema com setpoint constante e igual a 210C em todos os ambientes da estação.
Input de dados para a simulação
Envoltória:
Para os fechamentos externos foi utilizada a seguinte composição de materiais: camada de chapa metálica, painéis de PIR e placas OSB (Oriented Strand Board). Nos fechamentos internos foram utilizadas camadas de OSB, PIR e OSB novamente. Os vidros utilizados foram do tipo clear com tripla camada.
Cargas Internas
- Iluminação: potências apresentadas no capítulo 9 da norma ASHRAE 90.1-2007
- Equipamentos: 16W/m2
- Pessoas: 0.126 pessoas/m2 para dormitórios, 0.3 pessoas/m2 para salas técnicas e 0.5 pessoas/m2 para refeitórios.
Renovação de Ar
Foi adotada uma taxa de renovação de 0.0075m3/s por pessoa conforme a resolução RE09, de 16 de janeiro de 2003 da ANVISA.
Resultados da simulação
No primeiro modelo, simulado com setpoint constante (210C) em todos os ambientes da estação, o sistema de calefação foi responsável pelo consumo de cerca de 28MWh/ano. No segundo modelo foram adotadas setpoints específicos para cada ambiente. Nesse modelo, o sistema de calefação foi responsável pelo consumo de aproximadamente 15MWh/ano, reduzindo em cerca de 46% o consumo de energia pelo sistema de calefação.
Simulação Paramétrica
Para entender a influência de algumas variáveis importantes no comportamento da estação, foi realizada uma simulação paramétrica. Esses parâmetros foram variados em 5 diferentes simulações (PR01, PR02, PR03, PR04 e PR05). Os parâmetros investigados foram: espessura do isolamento dos fechamentos externos (PIR), infiltração de ar e taxa de renovação de ar. A ordem das simulações foi desde a pior situação, melhorando um parâmetro a cada nova simulação.
Com o resultado das simulações pode-se perceber que a componente da carga térmica com maior impacto sobre o consumo do edifício é o ar externo, seja como infiltração ou como renovação de ar. Para a redução das taxas de infiltração, são fatores críticos a seleção de caixilhos e o detalhamento da construção em projeto.
A redução das taxas de renovação de ar externo proporciona uma diminuição considerável no consumo energético com aquecimento dos ambientes. No entanto, a renovação de ar é crítica na manutenção da qualidade do ar interno. Assim, foram adotadas as seguintes medidas: utilização de pré-aquecimento do ar externo; utilização de materiais como forros e revestimentos que diminuam o número de partículas em suspensão, e utilização de sensor de concentração de CO2 (possibilidade de reduzir a taxa de renovação quando possível, tendo a concentração de CO2 no ambiente como parâmetro).
Gestão de água , esgoto, resíduos e energia
Partindo do princípio de que a água potável é um recurso escasso, os sistemas projetados levam em conta a necessidade de reaproveitamento das águas servidas, o tratamento das águas cinzas e do esgoto gerado, observando parâmetros fixados pelo edital lançado pela Marinha do Brasil. A central de tratamento de água e esgoto está posicionada abaixo do bloco superior, onde há maior demanda por água tratada, uma vez que foram concentrados nesse setor os sanitários e a cozinha.
Quanto à energia para manter o funcionamento da estação, está sendo proposto um modelo de cogeração baseado em energias fotovoltaicas, eólica (VAWT) e, também, proveniente da queima de etanol. A automação do sistema, através do DPMS, permite a alternância entre estas fontes, dependendo da oferta disponível de potência em cada sistema de geração. Somente quando não houver oferta de energia eólica ou fotovoltaica o sistema de geradores em etanol entra em operação de forma complementar.
A adoção do sistema eólico VAWT leva em consideração as seguintes vantagens, quando comparado a uma turbina eólica convencional: menor necessidade de fundações profundas (o sistema pode estar fixado a uma estrutura metálica superficial), capacidade de o sistema ser modulado e menor nível de ruído.
Por fim, outra medida com impacto significativo sobre o consumo de energia da EACF é o desligamento programado de alguns ambientes como laboratórios e parte dos camarotes quando não ocupados. Em alguns períodos estes setores podem ser mantidos a uma temperatura interna por volta de 5ºC apenas para prevenir o congelamento de tubulações.
Simulação da envoltória
Como referência foram simulados os parâmetros utilizados pelas certificações LEED NC-2009 (baseline conforme Apêndice G da norma ASHRAE 90.1-2007), e o sistema PassiveHaus. A especificação proposta para a envoltória da EACF proporciona desemenho térmico superior às duas referêcias adotadas
Ficha técnica
Autores do projeto: Emerson Vidigal, Eron Costin, Fabio Henrique Faria e João Gabriel Moura Rosa Cordeiro
Consultores: Guido Petinelli, Eduardo Brofman, Bruno Martinez e André Belloni (Conforto e Energia); Eduardo Ribeiro (Instalações); Carlos Garmatter (Segurança e prevenção contra incêndio); Ricardo Dias (Estruturas); Josiele Patias (Geotecnia)
Colaboradores: Dario Corrêa Durce, Moacir Zancopé Jr, Martin Goic, Fernando Moleta, Alexandre Kenji, Rafael Fischer
Fonte: O projeto vencedor do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz
Novas instalações estarão em operação até março de 2015
postado em: 20/05/2013 16:49 hatualizado em: 20/05/2013 17:01 h
Plano geral do projeto
(crédito: Divulgação Petinelli)

Uma equipe de profissionais de Curitiba, liderados pelo arquiteto Fábio Henrique Faria, do Estúdio 41, venceu o Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz. Além da contratação, a equipe recebeu um prêmio de R$ 100 mil. O lançamento da pedra fundamental da estação está previsto para o próximo verão antártico. De acordo com o planejamento da Marinha Brasileira, responsável pela base, as novas instalações estarão em operação até março de 2015. O projeto vencedor contou, também, com a consultoria em sustentabildade da Petinelli Inc.
Com uma área total em torno de 3,2 mil m², a estação será reconstruída no mesmo local onde estava a anterior, destruída em um incêndio em fevereiro de 2012. Com um investimento na ordem de R$ 72 milhões, ela poderá acomodar até 64 pessoas durante o verão e 34 no inverno. A estação abrigará uma população formada por militares da Marinha e pesquisadores. Os civis, de maneira geral, permanecem em pesquisas por períodos de 30 dias, durante o verão antártico, que vai de novembro a março. Já os militares ficam na estação durante um ano para apoiar o desenvolvimento das atividades de pesquisa, prover a manutenção das instalações e manter, permanentemente, a presença brasileira no continente.

Estação será construída no mesmo local onde funcionava a anterior, destruída por um incêndio
(Divulgação: Petinelli)
Sistemas  e Instalações
A demanda de energia estimada,  levando em conta as estratégias e materiais isolantes adotados pela proposta, é de aproximadamente 300kW. A maior parcela desta demanda parte dos sistemas de calefação e aquecimento de água de consumo.
Para a calefação está previsto um sistema radiante, com radiadores instalados em cada ambiente interno. Os radiadores são associados individualmente a sensores de presença e termostatos que, por sua vez, enviam informações ao sistema de automação.
O sistema de radiadores foi escolhido em detrimento do sistema de aquecimento por piso radiante pelo fato de apresentar algumas vantagens relevantes para o projeto. Dentre as vantagens estão o menor custo de aquisição, instalação mais simples, menor custo de operação, devido a sua rápida resposta à demanda - os ambientes desocupados podem permanecer a temperaturas inferiores, sendo capazes de atingir a temperatura de ocupação rapidamente -, e ainda permite de forma mais simples a setorização do sistema por ambiente (caso um radiador não esteja funcionando, ele pode ser desligado de forma independente do resto do sistema). Na Antártica, onde a reposição de peças é dificultada, é fundamental ter sistemas de simples operação e manutenção.
Para o sistema de aquecimento de água de consumo, o circuito da caldeira poderá ser complementado por um sistema de termoacumulação interno ao edifício. Adicionalmente, há previsão de recuperação de calor nos geradores, incineradores e junto à rede de coleta de água quente dos chuveiros e torneiras.
Radiadores revelaram-se a melhor opção para o aquecimento
(Divulgação: Petinelli)
Estratégias para conforto ambiental
O centro das estratégias de conforto ambiental foi o desenvolvimento da envoltória, visando limitar a perda de calor ao mínimo possível.
Um ponto relevante do projeto foi a definição do perfil de temperatura desejado para cada ambiente da estação. Com esta definição, o programa de necessidades foi também agrupado segundo três fatores:
  1. ambientes com perfil de temperatura similar;
  2. padrão de ocupação dos ambientes ao longo do dia;
  3. sazonalidade de ocupação dos espaços da estação (diferença entre o verão e o restante do ano).
A partir dessas premissas, foram realizadas duas séries de simulações empregando o software EnergyPlus: uma para análise da envoltória, e outra para análise do sistema de calefação.
Para a série de simulações da envoltória foram analisadas diferentes espessuras de placas a base de Poliisocianurato (PIR). Nessa série de simulações foi identificada a espessura ótima de 25cm para esse componente da envoltória. Como pode ser visto no gráfico, o incrementos dessa espessura a partir de 250mm tem baixa influência sobre a transmitância térmica da parede.
Para a série de simulações do sistema de calefação, o objetivo foi avaliar a redução do consumo de energia desse sistema quando utilizados diferentes setpoints para cada ambiente, comparado ao emprego de um setpoint único para toda a estação.  A intenção da equipe de projeto foi ilustrar como a operação do sistema pode ser tão determinante, se não mais, que a eficiência do sistema em si.  Ao reduzir a temperatura de ambientes como corredores, cozinha, áreas de manutenção e estoque, foi possivel reduzir o consumo de energia pelo sistema de calefação.
Para essa avaliação foi utilizado um modelo da EACF provido de sistema de calefação por aquecimento ativo com placas convectivas radiantes acionadas por resistências elétricas. A redução de consumo do sistema foi comparada a um sistema com setpoint constante e igual a 210C em todos os ambientes da estação.
Input de dados para a simulação
Envoltória:
Para os fechamentos externos foi utilizada a seguinte composição de materiais: camada de chapa metálica, painéis de PIR e placas OSB (Oriented Strand Board). Nos fechamentos internos foram utilizadas camadas de OSB, PIR e OSB novamente. Os vidros utilizados foram do tipo clear com tripla camada.
Cargas Internas
- Iluminação: potências apresentadas no capítulo 9 da norma ASHRAE 90.1-2007
- Equipamentos: 16W/m2
- Pessoas: 0.126 pessoas/m2 para dormitórios, 0.3 pessoas/m2 para salas técnicas e 0.5 pessoas/m2 para refeitórios.
Renovação de Ar
Foi adotada uma taxa de renovação de 0.0075m3/s por pessoa conforme a resolução RE09, de 16 de janeiro de 2003 da ANVISA.
Resultados da simulação
No primeiro modelo, simulado com setpoint constante (210C) em todos os ambientes da estação, o sistema de calefação foi responsável pelo consumo de cerca de 28MWh/ano. No segundo modelo foram adotadas setpoints específicos para cada ambiente. Nesse modelo, o sistema de calefação foi responsável pelo consumo de aproximadamente 15MWh/ano, reduzindo em cerca de 46% o consumo de energia pelo sistema de calefação.
Simulação Paramétrica
Para entender a influência de algumas variáveis importantes no comportamento da estação, foi realizada uma simulação paramétrica. Esses parâmetros foram variados em 5 diferentes simulações (PR01, PR02, PR03, PR04 e PR05). Os parâmetros investigados foram: espessura do isolamento dos fechamentos externos (PIR), infiltração de ar e taxa de renovação de ar. A ordem das simulações foi desde a pior situação, melhorando um parâmetro a cada nova simulação.
Com o resultado das simulações pode-se perceber que a componente da carga térmica com maior impacto sobre o consumo do edifício é o ar externo, seja como infiltração ou como renovação de ar. Para a redução das taxas de infiltração, são fatores críticos a seleção de caixilhos e o detalhamento da construção em projeto.
A redução das taxas de renovação de ar externo proporciona uma diminuição considerável no consumo energético com aquecimento dos ambientes. No entanto, a renovação de ar é crítica na manutenção da qualidade do ar interno. Assim, foram adotadas as seguintes medidas: utilização de pré-aquecimento do ar externo; utilização de materiais como forros e revestimentos que diminuam o número de partículas em suspensão, e utilização de sensor de concentração de CO2 (possibilidade de reduzir a taxa de renovação quando possível, tendo a concentração de CO2 no ambiente como parâmetro).
Gestão de água , esgoto, resíduos e energia
Partindo do princípio de que a água potável é um recurso escasso, os sistemas projetados levam em conta a necessidade de reaproveitamento das águas servidas, o tratamento das águas cinzas e do esgoto gerado, observando parâmetros fixados pelo edital lançado pela Marinha do Brasil. A central de tratamento de água e esgoto está posicionada abaixo do bloco superior, onde há maior demanda por água tratada, uma vez que foram concentrados nesse setor os sanitários e a cozinha.
Quanto à energia para manter o funcionamento da estação, está sendo proposto um modelo de cogeração baseado em energias fotovoltaicas, eólica (VAWT) e, também, proveniente da queima de etanol. A automação do sistema, através do DPMS, permite a alternância entre estas fontes, dependendo da oferta disponível de potência em cada sistema de geração. Somente quando não houver oferta de energia eólica ou fotovoltaica o sistema de geradores em etanol entra em operação de forma complementar.
A adoção do sistema eólico VAWT leva em consideração as seguintes vantagens, quando comparado a uma turbina eólica convencional: menor necessidade de fundações profundas (o sistema pode estar fixado a uma estrutura metálica superficial), capacidade de o sistema ser modulado e menor nível de ruído.
Por fim, outra medida com impacto significativo sobre o consumo de energia da EACF é o desligamento programado de alguns ambientes como laboratórios e parte dos camarotes quando não ocupados. Em alguns períodos estes setores podem ser mantidos a uma temperatura interna por volta de 5ºC apenas para prevenir o congelamento de tubulações.
Simulação da envoltória
Como referência foram simulados os parâmetros utilizados pelas certificações LEED NC-2009 (baseline conforme Apêndice G da norma ASHRAE 90.1-2007), e o sistema PassiveHaus. A especificação proposta para a envoltória da EACF proporciona desemenho térmico superior às duas referêcias adotadas
Ficha técnica
Autores do projeto: Emerson Vidigal, Eron Costin, Fabio Henrique Faria e João Gabriel Moura Rosa Cordeiro
Consultores: Guido Petinelli, Eduardo Brofman, Bruno Martinez e André Belloni (Conforto e Energia); Eduardo Ribeiro (Instalações); Carlos Garmatter (Segurança e prevenção contra incêndio); Ricardo Dias (Estruturas); Josiele Patias (Geotecnia)
Colaboradores: Dario Corrêa Durce, Moacir Zancopé Jr, Martin Goic, Fernando Moleta, Alexandre Kenji, Rafael Fischer
Projeto criativo amplia os espaços com sustentabilidade
Parede e teto verdes colaboram para o conforto térmico

A parede verde funciona como controle de temperatura e umidade e fornece a sensação de espaços mais amplos
(crédito: Divulgação)

Em um espaço de 12 x 13 metros, um volume monolítico foi transformado de modo a obter espaços interiores iluminados. A pedra da fachada contrasta com a suavidade do acabamento de bétula, proporcionando uma aparência única à construção.
Construída em uma pequena área, de apenas 174 m², a casa foi erguida voltada para o Sul, para uma grande parede verde. Possui três andares, com uma varanda no segundo andar, adjacente a um espaço para aulas.
O objetivo da construção foi transformar radicalmente a noção de um “pátio aberto com jardim”, papel desempenhado pela varanda, uma vez que não haveria espaço no térreo. Foram utilizados materiais recicláveis, tintas livres de compostos orgânicos voláteis, além de um extensivo sistema de ventilação natural e estratégias passivas de controle da energia/temperatura, estruturas que foram os pontos centrais do projeto. Três exaustores controlam a temperatura quente na área dos quartos.

O jardim vertical cria umidade e melhora a qualidade do ar; onde antes não havia nenhuma planta, agora existem mais de 4000 (que absorvem cerca de 267 kg de CO2 por ano).
A vegetação é vista não só como um prático dispositivo de controle de conforto térmico e da umidade, ou como conforto visual, mas também como um elemento que funciona como uma cortina de luz. Como uma cortina de teatro, dá a ideia de que existe um espaço atrás, apesar das dimensões reduzidas do edifício.
Também foi feito um teto verde, um sistema solar de aquecimento da água, um sistema de coleta e reuso de águas pluviais, e por toda a casa foram utilizadas somente lâmpadas de LED.
Construção a seco e a formação de mão de obra
Convênios com escolas técnicas e Senai buscam preencher carências
postado em: 24/07/2013 09:55 hatualizado em: 24/07/2013 10:30 h
Fechamento com placa cimentícia
(crédito: Cortesia Ciasul)

Hoje existem muitas oportunidades para quem deseja se tornar um profissional de instalação de materiais de Construção a Seco, inclusive os próprios fabricantes destes produtos já mantêm programas de treinamentos para formação de mão de obra, diante da grande demanda existente para este tipo de serviço.
Também existem entidades educacionais, públicas e privadas, que já disponibilizam cursos de formação para o segmento. Um exemplo disso é o Senai, que em parceria com alguns fabricantes de produtos, oferece cursos de instalação. Além disso, as principais empresas revendedoras de materiais também estão incluindo em seus portfólios de serviços os centros de treinamentos que visam à formação de profissionais especializados na montagem e instalação de diversos produtos dentro da Construção a Seco, como o sistema drywall, divisórias, pisos vinílicos e laminados, entre outros.
“Vale ressaltar que um dos principais desafios da Adimaco – Associação Nacional dos Distribuidores e Instaladores de Material da Construção a Seco, da qual sou presidente na atual gestão, é justamente o fomento, junto às empresas do setor, da formação de mão de obra especializada, necessária em todos os elos da cadeia produtiva”, diz Prates.
Eduardo Éboli, da Gypsum
(crédito: Cortesia Gypsum)

Os grandes fabricantes também têm a preocupação. A Knauf, desde 2000, tem parceria com o Senai para promover o treinamento e capacitação de mão de obra para o setor. Hoje o Senai possui mais de 24 centros de treinamento espalhados pelo país, tendo treinado dezenas de milhares de profissionais.
A este respeito, Éboli, da Gypsum, lembra que “no princípio o esforço foi totalmente empreendido pelos fabricantes que, através de suas equipes técnicas, formaram boa parte da mão de obra, que ainda hoje atua no mercado. Ao longo do tempo estes esforços foram se mostrando insuficientes para o crescimento do mercado. Foi quando foram feitos os primeiros convênios com as escolas técnicas, como os IFs (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) e o Senai. “O que vemos agora é o surgimento de instituições privadas de ensino profissionalizante com interesse em formar mão de obra. A Gypsum Drywall forma cerca de 2000 profissionais a cada ano.”
Almeida, da Brasfor, opina que “além das indústrias e parcerias com o Senai, a maior formação de mão de obra neste setor está nas empresas instaladoras, pois os seus ajudantes, depois de um período acompanhando as obras, passam a ser oficiais instaladores.”




Olá gente do Bem, seguindo a tendência da construção à seco.

Mercado da construção a seco avança e ganha escala
Em 2012 crescimento foi de 15%
Edvar Prates Lajarim, o Prates, é diretor do Grupo Ciasul e atual presidente da Associação Nacional dos Distribuidores e Instaladores de Material da Construção a Seco (Adimaco). Um segmento que, devido ao crescimento da construção civil e às mudanças estruturais na composição das classes sociais, tem conhecido um desenvolvimento sem precedentes.
 “Independentemente do bom momento que a construção civil no Brasil vem passando, representando atualmente 13% de participação no PIB nacional, o segmento da Construção a Seco está apresentando um crescimento exponencial que pode ser percebido, seja pela grande quantidade de novos produtos lançados no mercado nacional nos últimos anos ou pelas instalações de novas fábricas de materiais”, afirma Prates.
O presidente da Adimaco argumenta que, segundo dados da Associação Brasileira de Drywall, entidade criada para difundir a tecnologia, a evolução anual do consumo de chapas para drywall no país foi de 2 milhões de m² em 1995, para 44 milhões de m² de chapas em 2012. Ele ressalta que o consumo brasileiro é, ainda, bastante modesto em comparação com outros países onde a tecnologia é mais difundida, como os Estados Unidos, Austrália e Japão.
Edvar Prates Lajarim, o Prates, presidente da Adimaco
(crédito: Cortesia Ciasul)
De acordo com Eduardo Éboli, gerente de comunicação e marketing da Gypsum Drywall, “os sistemas vêm crescendo sempre a taxas superiores às taxas de crescimento da construção civil. Nos anos recentes o drywall tem crescido cerca do dobro do crescimento da construção. Nos anos de 2010 e 2011 o crescimento foi em média 25% ao ano. Em 2012 o crescimento foi na casa dos 15%, o mesmo que projetamos para 2013, o que é muito bom para os níveis de crescimento do PIB que temos alcançado.
Tradicionalmente o drywall sempre foi mais utilizado no sul e sudeste do país. Estas regiões respondem por quase 80% do consumo nacional. Especialmente o estado de São Paulo registra 43% do consumo de drywall no Brasil.”

Pelo fato da Construção a Seco ser um segmento dentro da própria construção civil, a estrutura básica de sua cadeia produtiva segue o mesmo modelo, podendo ser dividida em cinco grupos de atividades: a indústria de materiais de construção, o comércio varejista e atacadista, as atividades de prestação de serviços, máquinas e equipamentos e, por fim, as construtoras.
“Vale ressaltar que dentro de cada grupo existem outros elos que se interagem e convergem para a produção de bens e serviços destinados ao mercado consumidor. Um exemplo é o grupo de indústria de materiais que pode ser dividido por categorias como madeira, produtos químicos e petrolíferos, siderúrgica, etc., ou então na própria prestação de serviços onde se enquadram os profissionais técnicos como engenheiros, arquitetos, decoradores ou serviços de financiamento, incorporações e venda de imóveis”, esclarece Prates.
O presidente da Adimaco avalia que o crescimento do setor foi, em um primeiro momento, provocado pela própria necessidade das construtoras em desenvolverem uma industrialização em seus processos construtivos, visando padronização, rapidez e eficiência. “Já num segundo momento, percebe-se uma maior aceitação por parte dos profissionais e técnicos responsáveis pela divulgação e especificação de produtos, e pelos próprios consumidores finais, que estão descobrindo todas as vantagens e benefícios que a Construção a Seco proporciona”, argumenta.
O custo da Construção a Seco depende de fatores como o material, mão de obra, que é especializada, transporte, entre outros. Por tais motivos, segundo o presidente da associação do setor, não é possível fazer uma comparação simples, do tipo preço contra preço, com a alvenaria. Vários fatores devem ser levados em consideração. “Sem dúvida que um deles é a demanda do mercado, porém temos mais uma série de outros que é preciso colocar na conta, tais como: alívio de carga, pois uma parede em drywall é muito mais leve do que a de alvenaria; desempenho acústico, pois temos condições de conseguir uma parede altamente eficiente e muito mais esbelta, ganhando em espaço; movimentação de materiais para execução da parede; e reciclagem, pois todos os produtos, caso esta parede precise ser removida, podem ser reciclados, além do menor volume de resíduos”, explica Prates.
Patrick Bailey, do Grupo Pizzinatto, acredita que “a composição do preço não varia somente pela demanda. O preço do aço afeta os valores, assim como um grande problema com empresas não qualificadas ou homologadas que vendem perfis fora da normatização por um preço bem inferior, o que acaba afetando o mercado como um todo. Porém o valor no geral tem caído.”




Olha que projeto interessante, gente...ONG Florescer: com Karina Bachi
A Associação Nadia R. Bacchi (Ong Florescer) foi fundada em 1990 na cidade de São Manuel (interior de São Paulo) pela empresária Nadia Bacchi com o objetivo de prestar serviços a Cidade.

Em 1995 se instalou na comunidade de Paraisopolis - Morumbi (2ª maior Comunidade de São Paulo com 85.000 habitantes).

A ONG Florescer instituição sem fins lucrativos e tem como objetivos contribuir de forma social com a comunidade de Paraisopolis, prestando serviços referentes à educação, esporte, lazer, profissionalização e cultura, resgatando à dignidade, o respeito e à convivência familiar e comunitária. Além de colaborar para o desenvolvimento educacional e psicológico das crianças, muitas descobriram talentos ocultos e novas profissões.

A ONG Florescer começou sua “plantação”, com a fundação do Centro de Integração Comunitária. Com ele, crianças e jovens da comunidade passaram a contar com um espaço fixo para suas aulas, onde recebem reforço escolar, computação, inglês, teatro, dança, violão e futebol, praticam atividades recreativas e mesmo cursos profissionalizantes, sempre ministrados por voluntários.

Os resultados desse esforço comunitário vêm sendo positivos e a receptividade das famílias tem sido bastante grande. Hoje, a ONG Florescer atende cerca de 850 crianças de 06 a 16 anos e outras formam uma disputada fila de espera pela abertura novas vagas!
 
CENTRO DE INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA

Depois de muita luta foi inaugurado o "Centro de Integração Comunitária", que atende hoje 850 crianças e poderia atender muito mais.

Apesar da ONG Florescer orgulhar-se da sua atuação nesta longa trajetória temos consciência de que ainda a muito por fazer.

O interesse e desempenho das crianças são notáveis, a evasão escolar é quase nula, e, a lista de espera para o início de novas turmas é muito grande.

Os cursos visam a inclusão social das crianças e jovens promovendo acessos as novas tecnologias, conhecimento e estimulando sua capacidade de solucionar conflitos além de desenvolver o sentido de cooperação e co-responsabilidade.



PROJETO RECICLA JEANS

O Projeto Recicla Jeans nasceu dentro da Ong Florescer em parceria com a Prefeitura de São Paulo e com o Programa Bolsa Trabalho da SDTS – Secretaria de Desenvolvimento do Trabalho e Solidariedade e a Unesco.

Nadia Rubio Bacchi fundadora da entidade, lançou para esses jovens o Projeto “Recicla Jeans”.

O projeto inicial foi formado por 40 jovens do Programa Bolsa Trabalho que contaram com uma bolsa auxílio paga em dinheiro pela Prefeitura do Município de São Paulo e consiste na criação e confecção de peças e acessórios a partir da reciclagem de jeans e resíduos têxteis.

Trata-se de um trabalho ambicioso que democratiza a moda, colocando-a a serviço de uma comunidade carente de recursos, mas cheia de criatividade - Recicla Jeans é moda, consciência e responsabilidade social.

Todos os profissionais da oficina de reciclagem e da própria Ong são moradores da comunidade que são remunerados cada um em sua função.

A Ong Florescer além de oferecer educação ainda gera empregos aos moradores da comunidade de Paraisópolis, também uma fonte constante de pesquisas para estudantes universitários.

A renda adquirida com a venda das peças é destinada para a manutenção da ONG.

A Ong não conta com nenhuma ajuda governamental, sustenta-se através de eventos e parcerias.

A Ong mantém em seu espaço a Oficina Mãe e Show room dentro da Comunidade de Paraisópolis com 30 funcionários trabalhando direta e indiretamente sendo todos da comunidade. Possui também uma loja no Shopping D (zona norte de SP), espaço este sem custo com contrato assinado por período indeterminado desde 15/12/05.

PRÊMIOS:
• Top Of Busines 2004
• Revelação Nacional 2004
• Quality Internacional 2005-09-29

PARTICIPAÇÕES EM EVENTOS NO BRASIL:
• Natura
• Unilever
• Senai
• Fenit
• TV Globo

PARTICIPAÇÕES EM EVENTOS NO EXTERIOR:
• Seminário Um Novo Brasil a Caminho – O Ambiente em Milão – Itália
• Feira SIMM em Madri – Espanha
• Design Possível – Brasil X Itália


Atualmente o Projeto Recicla Jeans por falta de apoio e recurso financeiro conta apenas com a participação das mulheres da comunidade.



A Ong Florescer tem como meta para 2010 inaugurar seu centro de formação de pessoal e desenvolvimento de produtos utilizando a estrutura já existente e ampliando-a com a construção de uma nova oficina com aulas de estilo, modelagem, corte e costura e bordados, incluindo uma lavanderia e copa.

Teremos assim um pequeno complexo que permitirá a formação de mais profissionais para o mercado de trabalho e conseqüentemente uma maior e melhor produção além de desenvolver novos produtos para o mercado, possibilitando uma maior geração de emprego e renda. Estimularemos o crescimento profissional e pessoal, colaborarando de maneira efetiva com a preservação da natureza e a sustentabilidade do planeta.



Para maiores informações: (11) 3746.9846
Fonte:http://www.ongflorescer.com.br/index.php/o-que-fazemos
 
Uso de piso vinílico é uma opção interessante para que as construções atendam aos requisitos mínimos de desempenho
O barulho de saltos nos pisos e entre os apartamentos está entre os principais problemas nos condomínios. O problema deverá ser consideravelmente minimizado a partir de 19 de julho, quando entra em vigor a norma ABNT 15575, que estabelece requisitos mínimos de desempenho acústico em novas edificações e determina que os apartamentos poderão receber, no máximo, 40 decibéis de ruídos externos.
Entretanto, esta regra valerá para os edifícios novos. E como ficam os que já foram construídos e entregues? Na etapa de construção é possível instalar mantas expandidas de polietileno, aplicadas entre as lajes e o contrapiso. Mas os imóveis que não foram construídos com este recurso podem, ainda, optar por produtos que promovam o conforto acústico.
 
 
 
 
Um exemplo é a utilização da linha de pisos vinílicos da ePiso, que oferecem absorção sonora de até 10 decibéis e não necessitam da instalação de mantas acústicas. Este conforto acústico é proporcionado com as linhas Wood Planks com 2,0mm de espessura total e EcoClick com 4mm de espessura total e capa de uso de capa de uso de 0,2mm e 0,3 mm. E também para as linhas EcoContract e EcoContract Stripes, que têm 3,00 mm de espessura total e capa de uso de 0,55mm, são destinadas a projetos de alto tráfego e podem ser instaladas sobre pisos elevados.
 
barulho-em-apartamento
 
A norma de desempenho de edificações habitacional NBR 15575 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece critérios para a segurança, conforto e resistência que os sistemas que compõem um imóvel devem proporcionar: estrutura, pisos, vedações, coberturas e instalações. Determina o nível de desempenho especificado em projeto ao longo de uma vida útil.  Pela primeira vez, uma norma brasileira associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor com instruções claras e transparentes sobre como avaliar os resultados.
No caso dos pisos, são realizadas medições:
 
- de Nível de Pressão Sonora aérea e do Ruído de Fundo nos dois ambientes separados pelo piso; 
- de Tempo de Reverberação e da absorção sonora equivalente no interior do ambiente receptor; e 
- do Nível de Pressão Sonora de impacto no ambiente receptor.
 
 
Assim é possível determinar o isolamento sonoro do piso e quantificar o índice de isolamento sonoro aéreo e de impacto que dará a classificação dos desempenhos sonoros aéreos e de impacto do piso (ABNT NBR 15575-3:2013).
O piso do edifício habitacional é o elemento responsável por proporcionar isolamento acústico, em função do uso, quer entre unidades distintas, quer entre dependências de uma mesma unidade quando destinadas ao repouso noturno, ao lazer doméstico e ao trabalho. Para isso, são considerados o isolamento de ruído de impacto no piso (passos, queda de objetos, móveis sendo arrastados etc) e o isolamento de ruído aéreo (conversa, TV etc). Os níveis de ruído de fundo para o conforto acústico são determinados a partir do uso a que se destina a dependência da edificação, em função de ações externas regulares e normais.
 
 
fonte: Brasil Fashion News - PR - NOTÍCIAS - 25/07/2013
Olá Gente do BEM , bom dia!

Acompanhando a tendência da construção   a seco, encontrei essa reportagem sobre toda envoltória e ganhos de eficiencia considerando vários componentes sustentáveis durante a fase de execução da obra.

Envoltória e ganhos de eficiência
Estratégias para menor carga térmica
postado em: 19/07/2013 16:21 hatualizado em: 24/07/2013 08:42 h
Desempenho das fachadas visando a diminuição de carga térmica é ponto importante no projeto
(crédito: Divulgação Datum)
O consumo de energia em edificações está relacionado aos ganhos ou perdas de calor associados à carga interna gerada pela insolação, ocupação, uso de equipamentos e iluminação artificial.
Dentre as várias soluções que proporcionam eficiência a um edifício algumas são relevantes, como os estudos climáticos do local, que definirão a correta orientação das faces do edifício para aproveitar as correntes de vento e proteger as faces leste, norte e oeste da incidência direta dos raios solares, o uso correto da iluminação e ventilação natural, com ganhos significativos tanto energéticos como financeiros.
 
A avaliação da quantidade e localização dos raios solares recebidos por cada fachada define, por exemplo, o tamanho e a localização das janelas na edificação e como se deve protegê-las dessa carga solar em função da economia nos sistemas de iluminação e condicionamento de ar.
“Edificações eficientes devem ser planejadas e estudadas para alcançarem o seu melhor desempenho de acordo com as necessidades de cada ambiente, sendo que a principal ação para um projeto correto é o estudo climático do local que definirá os passos seguintes, como a escolha dos materiais e tecnologias mais adequados”, diz Francisco Dantas, diretor da Interplan – Planejamento Térmico Integrado.
Uma vez consideradas as condições do entorno através de um estudo bioclimático, é possível traçar diretrizes em projeto que apontem resultados satisfatórios de conforto ambiental, torna-se imprescindível a previsão de elementos para proteger as fachadas mais expostas à incidência solar utilizando-se de sombreamento, isolamento térmico e redirecionamento da luz através de brises ou grandes panos de vidro, permitindo a entrada seletiva da luz refletida pelo entorno, sem prejuízo do conforto.
Dantas acrescenta que essas decisões de projeto devem ser criteriosamente definidas já nas fases iniciais e detalhadas ao longo do processo. “Em linhas gerais, aproximadamente 20% da carga térmica de um sistema de ar condicionado representa a transmissão através da envoltória. Isso considerando superfícies opacas e superfícies transparentes. A transmissão de calor pelas superfícies opacas não traz nenhum benefício, pois ela não vem acompanhada, por exemplo, da iluminação, o que ocorre nas superfícies transparentes. Então a aplicação do isolamento térmico nas paredes externas é algo indiscutivelmente vantajoso, e possui um custo benefício extremo, com aproximadamente seis meses para recuperar o investimento do isolamento com a economia de energia”, revela Dantas.
Desempenho das fachadas
Edison Tito Guimarães, diretor da Datum Consultoria, cita o estudo realizado para o Edifício Cidade Nova I, localizado no Rio de Janeiro (RJ), onde um dos pontos de maior importância do projeto foi o desempenho das fachadas, tanto do ponto de vista da redução do consumo de energia no ar condicionado quanto pela luz natural e conforto visual dos ocupantes.
“Conciliar os três parâmetros acima foi um grande desafio da equipe, que foi alcançado por meio da dupla fachada ventilada. Nesta solução, todas as fachadas são dotadas de vidros duplos, com um espaço de ar de 60 cm entre eles (aberto nas partes inferior e superior), com ventilação por convecção natural em função do aquecimento dos próprios vidros pela radiação solar. Desta forma, a energia radiante solar ao ser absorvida pelos vidros externos de alto coeficiente de absorção, aumenta consideravelmente sua temperatura, provocando correntes naturais de ar entre as duas placas de vidro. Este fluxo natural de ar ascendente é possível, pois o espaço entre os vidros externos e internos é aberto em cima e em baixo, permitindo livre circulação de ar entre eles como o exemplo da Figura 1”, explica Guimarães.
Ele diz que coeficiente de sombreamento das fachadas foi de 0,18, valor extremamente baixo (isto significa que em comparação a um vidro comum somente 18% da radiação solar incidente se transforma em carga térmica nos ambientes condicionados).
Além de reduzir a carga radiante sobre os vidros, também o fluxo de calor para as paredes externas é reduzido, pois o vidro externo protege a superfície das paredes contra a radiação solar direta, diminuindo o diferencial equivalente de temperatura (importante elemento do cálculo do ganho de calor nas paredes externas).
“Um artigo publicado na revista da Ashrae, “Ventilating Facades”, estudou detalhadamente diferentes combinações de vidros e sistemas de circulação de ar em fachadas ventiladas, como mostra a Figura 2, exatamente o executado no Edifício Cidade Nova I. Os resultados apresentados são tão interessantes quanto os que obtivemos no projeto Cidade Nova I, mostrando que este tipo de solução tem elevada atratividade, tanto para o conforto dos ocupantes quanto para a eficiência energética”, diz Guimarães.
Além da área envidraçada das fachadas o edifício conta com uma claraboia de cerca de 900 m2 que cobre todo o átrio central. Esta área de vidro (também com vidros de baixo SC) tem persianas automáticas que se fecham nos horários em que é detectada a insolação direta nos vidros.
Um colchão de ar naturalmente estratificado permanece imóvel sob os vidros da claraboia e age como isolante térmico, sendo um eficiente redutor da carga térmica por diferença de temperatura (transmissão de calor). A área do átrio é condicionada somente no nível de ocupação (no térreo), e o restante do volume não é termicamente tratado, com as passarelas de circulação nos pavimentos totalmente fechadas por vidros.
Guimarães acrescenta que todos estes fatores foram levados em consideração na preparação da documentação do envelope (envoltória) da edificação, item de vital importância na análise de desempenho para a certificação LEED.
Um estudo em projeto também foi realizado no Edifício Cidade Nova II, publicado nesta edição, em Relato de Caso, onde optou-se por fachadas com dupla pele de vidro e vidros de baixa emissividade ( Low-e). Sua volumetria é composta por seis fachadas externas com panos de vidro, e quatro internas, voltadas para um átrio protegido por uma claraboia de vidro; quando há necessidade de sombreamento, uma persiana é acionada por sistema automatizado. A claraboia funciona como uma imensa bolha de ar quente, forçando o ar frio a descer e refrescar o ambiente. Durante a noite, quando o ar condicionado é desligado, o ar frio que vem de fora também ajuda a reduzir a temperatura interna.
Amplitude térmica da edificação
De acordo com Dantas outras estratégias que beneficiam a redução da carga térmica no ambiente podem ser consideradas, dependendo do clima e região. Em regiões com amplitude térmica muito grande, é possível modular as taxas de ventilação natural no período noturno.
Em tal situação a edificação deverá ter uma grande massa construtiva. Já nas regiões onde isso não acontece é mais importante o isolamento térmico, não o de massa, mas o isolamento propriamente dito, para evitar a penetração do calor durante o dia, já que não existirá a contrapartida da temperatura noturna baixa, para o arrefecimento da massa da edificação; neste caso seria uma construção leve e com materiais com grande resistência térmica.
“Em regiões com amplitude térmica, é salutar uma ventilação que favoreça o esfriamento da massa da edificação no período noturno e, no dia seguinte quando começar a operação, com essa massa resfriada é possível utilizar o sistema de climatização entre 4°C ou 5°C abaixo da temperatura normal durante o dia. Essas edificações realmente são especiais, em função do clima, mas acho que deve ter uma boa massa construtiva, que pudesse fazer uso do volante térmico armazenado, recebendo a ventilação noturna de baixa temperatura, armazenando frio, e cedendo esse frio no dia seguinte para a operação do sistema de climatização. Seria um ciclo economizador, ou até um processo de termoacumulação sazonal, onde a própria massa da edificação é utilizada para fazer o armazenamento. Um pouco diferente da termoacumulação tradicional que usa gelo ou água. É algo que deve ser estimulado, inclusive maximizar essa estratégia utilizando o processo de frio radiante, que são tubulações de pequeno diâmetro embutidas nos pisos e nas paredes, que durante o período noturno possa ser resfriada por um sistema de água, fazendo um resfriamento mais profundo da massa da edificação, e no outro dia usar o processo de refrigeração mecânica, com a água na temperatura entre 15°C a 16°C. Se for um clima seco, existirá a possibilidade até de, durante o dia, numa temperatura de 30°C e umidade absoluta de 5 g/kg, através de um processo de resfriamento evaporativo, obter em torno de 12°C a 13°C”, explica Dantas.
 
Vidro duplo Low-e protege a superfície das paredes contra a radiação solar direta
 
Resfriamento passivo
O resfriamento passivo em paredes, piso e teto através de sistemas geotérmicos é comentado pelo Prof Dr Alberto Hernandez Neto, da POLI-USP para aplicação em residências.  
“A geotermia em circuito semiaberto consiste em tubulações de água enroladas no solo a aproximadamente 3 ou 4 metros de profundidade, ou seja um circuito de resfriamento onde a água passa por um trocador que resfria o ar. Com esse sistema essa água pode resfriar, por exemplo, o piso, ou as paredes, ou mesmo o teto. Tendo esse fornecimento de água a uma determinada temperatura, posso usá-la da maneira que eu quiser. Dependendo da temperatura e da vazão, a parede vai receber uma radiação um pouco mais intensa, e retirar o calor jogando para o forro, reduzindo a temperatura no forro para diminuir a insolação que chega pelo teto. Nossa ideia é testar em laboratório diferentes alternativas, por exemplo, o que acontecesse se eu jogar isso diretamente para o ambiente da sala, ou dos quartos, se eu quiser agora resfriar o piso, o teto, enfim, testar algumas alternativas e, em função do resultado de temperatura e vazão da água que eu consigo resfriar, você pode trabalhar com um aumento no consumo de energia muito pequeno, nós estamos falando, em uma residência, de um aumento de 5%, no máximo, 8% no consumo”, explica Hernandez.
Ele acrescenta que em relação a envoltória, é preciso ter uma inércia maior das paredes, para diminuir a entrada de calor, no teto também.
“Mas se você trabalhar corretamente, por exemplo, o teto da casa, fazendo um bom isolamento e garantindo uma boa ventilação natural, que também ajuda no processo, essa geotermia complementa e permite uma melhoria de conforto, abrindo mão do ar condicionado. Claro que em alguns momentos do dia você terá um desconforto, conseguimos 80% de conforto, das horas ocupadas. É um equilíbrio entre gastar menos (os 30% a mais do ar condicionado) e o conforto. Deve ser feita também uma análise econômica, se você colocar um split você terá conforto, mas sua casa terá um consumo de energia maior. Voltando para o assunto da envoltória, é isso: começar a poder trabalhar melhor os materiais do prédio, ou da residência; aproveitar a envoltória, junto com o clima, em prol da melhoria do conforto e do desempenho da edificação. O pessoal ainda está muito tímido nesses aspectos, algumas coisas estão sendo feitas, mas ainda é pouco”, conclui Hernandez.
Simulação energética
Um importante item é a simulação do desempenho energético. Esta, entretanto, não é uma tarefa simples de ser desempenhada, de forma a explorar toda a potencialidade do projeto. O desempenho energético é a área com maior capacidade de obtenção dos importantes pontos de classificação, porém requer elevado conhecimento das características e detalhes de toda a edificação.
É, portanto, de vital importância a simulação energética adequada e precisa, tomando partido dos importantes pontos de diferenciação do projeto. Trata-se de um modelo computacional no qual todos os processos térmicos e energéticos são contabilizados e integrados entre si. Por exemplo, sistema de condicionamento de ar, cargas internas (pessoas, equipamentos e iluminação), fechamentos opacos e transparentes, painéis fotovoltaicos, iluminação natural, entre outros. Basicamente, o procedimento de simulação computacional permite modelar uma edificação antes de a mesma ser construída ou reformada, permitindo que diferentes alternativas e estratégias sejam investigadas e comparadas entre si, podendo conduzir à otimização do projeto ou de determinados processos.
Isolamento térmico
De acordo com Hildebrando Mota Carneiro Filho, gerente de vendas – Divisão Construção Civil Industrial da Dânica, a disposição dos elementos utilizados na envoltória, aliada à natureza das matérias-primas e seus respectivos coeficientes de isolamento térmico é, com certeza, o elemento mais decisivo para o desempenho térmico de uma edificação.
“Número de aberturas, incidência de sol e sombra, e outras ferramentas da chamada arquitetura passiva, e, principalmente, os níveis de absortância de paredes e coberturas, influenciam diretamente os resultados de eficiência energética das edificações, levando-se em conta também características climáticas de cada região. Foi justamente devido a essa importância que o Inmetro, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) lançou a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), uma ferramenta confiável para medição do potencial alcançável por meio de melhoramentos na envoltória direcionados por metas de ganho energético”, informa Carneiro Filho.
Ele acrescenta que os materiais produzidos pela empresa têm relação direta com esse processo, na medida em que isolantes térmicos como o poliuretano (PUR) ou poliisocianurato (PIR) proporcionam aos materiais da envoltória (cobertura e fachada, principalmente) níveis de isolamento muito superiores aos de materiais de construção convencionais, auxiliando no controle da carga térmica da edificação por meio dos níveis de transmitância térmica. O uso de produtos com essas características, que dizem respeito às envoltórias de verão e inverno e às aberturas, aliado à valorização de sistemas de aquecimento de água baseados em energia solar ou bomba de calor, colaboram de maneira determinante para o alcance de resultados significativos em eficiência energética.
Júlio César, do marketing da Isoeste, diz que a região onde mais há troca de calor devido a incidência direta do sol é na cobertura da edificação e com a instalação da telha térmica, essa troca de calor se reduz muito em relação a coberturas convencionais.  
“Dependendo do tipo de fechamento haverá maior ou menor consumo de energia, portanto deve se levar em conta o que utilizar na envoltória a fim de conseguir a eficiência energética necessária, utilizando produtos que diminuam a entrada de calor no ambiente, e que além da função prática de fechamento, possua outras funções como acabamento pronto. Cito a aplicação de painel constituído de duas camadas de aço com núcleo de poliuretano que impede a entrada de calor no ambiente, com isso a carga térmica a ser retirada do ambiente é menor, demandando assim uma quantidade menor de aparelhos para climatização, e consequentemente o consumo de energia. Seu grande impacto se dá pela redução de consumo de energia (ar condicionado), rapidez nas montagens, estética, estruturas mais leves e acabamento perfeito”, comenta César.
Ana Paula Basile Pinheiro - editora da revista Climatização+Refrigeração
 
Fonte: Newsletter Engenharia Arquitetura | http://www.engenhariaearquitetura.com.br